Dia de comemoração: 13 de Maio (Pretos-Velhos), 13 de Agosto, 16 de Agosto e 17 de Dezembro
Saudação: Atotô Obaluayê! (ou Atotô Abaluaiê!)
Obalúayé; "Rei dono da Terra",
Omolu "Filho do Senhor", Xapanã "Dono da Terra" são os nomes dados a
Sànpònná, um título ligado a grande calor, o sol e também conhecido como
Babá Igbona, pai da quentura no Candomblé. É ligado ao mundo dos
mortos. A este Orixá fazemos os pedidos para problemas de Saúde e cortes
de magia.
O guardião dos espíritos torna as pessoas intuitivas e carismáticas. Ajuda no amor e família.
Simbologia
Omolu é representado pelo Sàsàrà ou Xaxará (feixe de palha da costa e búzios)
Elemento: terra
Astro regente: Saturno
Dia da semana: segunda-feira, bom para culto aos ancestrais
Personalidade: tímido e vingativo
Oferenda: Èwà dúdú - feijão
preto temperado com cebola, camarão seco e dendê. Na Umbanda também é
usada pipoca passada no azeite de dendê. Pipoca estourada na areia de
praia sem sal; amendoim pilado e torrado.
Doce: Cuscuz
Bebida: Água de arroz
Cores: Preto, branco e vermelho que simbolizam mistérios e sobriedade, e atraem respeito
Frutas: Banana da terra, abacaxi
Flores: Qualquer flor de cor branca
Ervas: Canela de velho, jurubeba, erva de bicho, picão
Metal: Chumbo
Pedras: Ônix e demais pedras negras
Local de oferenda: Praias, cemitérios e grutas
Características do orixá: Omolu é
sábio e destemido. É originário do antigo Dahomey onde era chamado de
Sakpatá. É filho de Anabiko e irmão de Besen. Usa o fìlà (cobertura de
palha da costa).
Seu número é o 13 (Odù éjì ológbon - magia)
Saudação: "Atôtô!" (Silêncio!)
Protegido
por Omolu: O Ator Milton Gonçalves é sábio e determinado como Omolu.
Pelos inúmeros papéis de sucesso, Milton tornou-se referência
imprescindível na dramaturgia nacional. "Para proteção, use uma pedra de
ônix".
Axés e magias: Para ajudar na
cura de doenças, macere em um balde com 5 litros d'água cana-do-brejo,
saião e raiz santa. Tome este banho da cabeça aos pés e vista-se de
branco. Despache as numa grama.
Magia de Omolu para despertar o
desejo do seu amor: Forre uma panela de barro com folhas de colônia e
mamona. Consiga uma roupa íntima da pessoa e coloque por cima das
folhas. Cubra esta roupa com pó de pemba vermelha e lelecun em pó.
Estoure 500g de pipoca no azeite doce. Triture as pipocas, misture-as
com mel de abelha e coloque-as por cima de tudo. Tampe a panela e
enterre-a aos pés de uma árvore fazendo os seus pedidos com fé a Omolu.
Sobre Omolú
Para
a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são
praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e,
correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns Babalorixás,
porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que
representam tipos diferentes do mesmo Orixá.
São também comuns as variações gráficas Obaluaê e Abaluaê
Em termos mais estritos, Obaluaê
é a forma jovem do Orixá Xapanã, enquanto Omolu é sua forma velha. Como
porém, Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda,
não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente, a
forma Omolu é a que mais se popularizou e acabou sendo confundida não
apenas com a forma mais velha do Orixá, mas com sua essência genérica em
si. Esta distinção se aproxima da que existe entre as formas básica de
Oxalá: Oxalá (o Crucificado), Oxaguiã a forma jovem e Oxalufã a forma
mais velha.
A figura de Omolu-Obaluaê, assim
como seus mitos, é completamente cercada de mistérios e dogmas
indevassáveis. Em termos gerais, a essa figura é atribuído o controle
sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas. Faria parte da
essência básica vibratória do Orixá tanto o poder de causar a doença
como o de possibilitar a cura do mesmo mal que criou.
Em algumas narrativas mais
tradicionalistas tentam apontar-se que o conceito original da divindade
se referia ao deus da varíola, tal visão porém, nos parece uma evidente
limitação. A varíola não seria a única doença sob seu controle,
simplesmente pôr ser a epidemia mais devastadora e perigosa que
conheciam os habitantes da comunidade original africana, onde surgiu
Omolu-Obaluaê, o Daomé.
Assim, sombrio e grave como Iroco, Oxumarê (seus irmãos) e Nanã
(sua Mãe), Omolu-Obaluaê é uma criatura da cultura jeje, posteriormente
assimilada pelos iorubas. Enquanto os Orixás iorubanos são
extrovertidos, de têmpera passional, alegres, humanos e cheios de
pequenas falhas que os identificam com os seres humanas, a figuras
daomeanas estão mais associadas a uma visão religiosa em que
distanciamento entre deuses e seres humanos é bem maior. Quando há
aproximação, há de se temer, pois alguma tragédia está para acontecer,
pois os Orixás do Daomé são austeros no comportamento mitológico, graves
e consequentes em suas ameaças.
A
visão de Omolu-Obaluaê é a do castigo. Se um ser humano falta com ele
ou um filho-de-santo seu é ameaçado, o Orixá castiga com violência e
determinação, sendo difícil uma negociação ou um aplacar, mais prováveis
nos Orixás iorubas.
Pierre Verger, nesse sentido,
sustenta que a cultura do Daomé é muito mais antiga que a ioruba, o que
pode ser sentido em seus mitos: A antigüidade dos cultos de Omolu-
Obaluaê e Nanã (Orixá feminino), freqüentemente confundidos em certas
partes da África, é indicada por um detalhe do ritual dos sacrifícios de
animais que lhe são feitos. Este ritual é realizado sem o emprego de
instrumentos de ferro, indicando que essas duas divindades faziam parte
de uma civilização anterior à Idade do Ferro e à chegada de Ogum.
Como parte do temor dos iorubas,
eles passaram a enxergar a divindade (Omolu-Obaluaê) mais sombria dos
dominados como fonte de perigo e terror, entrando num processo que
podemos chamar de malignação de um Orixá do povo subjugado, que não
encontrava correspondente completo e exato (apesar da existência similar
apenas de Ossâim). Omolu-Obaluaê seria o registro da passagem de
doenças epidêmicas, castigos sociais, já que atacariam toda uma
comunidade de cada vez.
Existe uma grande variedade de
tipos de Omolu-Obaluaê, como acontece praticamente com todos os Orixás.
Existem formas guerreiras e não guerreiras, de idades diferentes, etc.,
mas resumidos pelas duas configurações básicas do velho e do moço. A
diversidade de nomes pode também nos levar a raciocinar que existem
mitos semelhantes em diferentes grupos tribais da mesma região,
justificando que o Orixá é também conhecido como Skapatá, Omolu Jagun,
Quicongo, Sapatoi, Iximbó, Igui.
Arquétipo: O
senhor da doença é relacionado um arquétipo psicológico derivado de sua
postura na dança: se nela Omolu-Obaluaê esconde dos espectadores suas
chagas, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos em sua
postura, a desgraça que o abate. No comportamento do dia-a-dia, tal
tendência se revela através de um caráter tipicamente masoquista.
Pierre Verger define os filhos
de Omolu como pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas
quando a vida corre tranqüila para elas. Podem até atingir situações
materiais e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de
certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se
sentem capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa
abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.
No
Candomblé, como na Umbanda, tal interpretação pode ser demais
restritiva. A marca mais forte de Omolu-Obaluaê não é a exibição de seu
sofrimento, mas o convívio com ele. Ele se manifesta numa tendência
autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma grande
capacidade de somação de problemas psicológicos (isto é, a transformação
de traumas emocionais em doenças físicas reais), como numa elaboração
de rígidos conceitos morais que afastam seus filhos-de-santo do
cotidiano, das outras pessoas em geral e principalmente os prazeres. Sua
insatisfação básica, portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim
contra si próprio, uma vez que ele foi estigmatizado pela marca da
doença, já em si uma punição.
Em outra forma de extravasar seu
arquétipo, um filho do Orixá , menos negativista, pode apegar-se ao
mundo material de forma sôfrega, como se todos estivessem perigosamente
contra ele, como se todas as riquezas lhe fossem negadas, gerando um
comportamento obsessivo em torno da necessidade de enriquecer e ascender
socialmente.
Mesmo assim, um certo toque do
recolhimento e da autopunição de Omolu-Obaluaê serão visíveis em seus
casamentos: não raro se apaixonam por figuras extrovertidas e sensuais
(como a indomável Iansã, a envolvente Oxum, o atirado Ogum) que ocupam
naturalmente o centro do palco, reservando ao cônjuge de Omolu-Obaluaê
um papel mais discreto. Gostam de ver seu amado brilhar, mas o invejam, e
ficam vivendo com muita insegurança, pois julgam o outro, fonte de
paixão e interesse de todos.
Assim
como Ossâim, as pessoas desse tipo são basicamente solitárias. Mesmo
tendo um grande círculo de amizades, freqüentando o mundo social, seu
comportamento seria superficialmente aberto e intimamente fechado,
mantendo um relacionamento superficial com o mundo e guardando sua
intimidade ara si própria. Não raro são pessoas que julgam. Ter
características detestáveis, que vivem criticando, motivo de vergonha. O
filho do Orixá oculta sua individualidade com uma máscara de
austeridade, mantendo até uma aura de respeito e de imposição, de certo
medo aos outros. Pela experiência inerente a um Orixá velho, são pessoas
irônicas. Seus comentários porém não são prolixos e superficiais, mas
secos e diretos, o que colabora para a imagem de terrível que forma de
si próprio.
Um último, mas importante
detalhe; em diversas de suas lendas, o Orixá da varíola é apresentado
como uma divindade que perdeu uma perna. Isso se refletiria em seus
filhos como um defeito congênito em uma das pernas ou a tendência a
sofrer, durante sua vida, por um problema de relativa gravidade em seus
membros inferiores, a partir de quedas ou desastres que podem ou não ser
curados e ultrapassados.
Lendas
1)
Por
causa do feitiço usado por Nanã para engravidar, Omolu nasceu todo
deformado. Desgostosa com o aspecto do filho, Nanã abandonou-o na beira
da praia, para que o mar o levasse. Um grande caranguejo encontrou o
bebê e atacou-o com as pinças, tirando pedaços da sua carne. Quando
Omolu estava todo ferido e quase morrendo, Yemanjá saiu do mar e o
encontrou. Penalizada, acomodou-o numa gruta e passou a cuidar dele,
fazendo curativos com folhas de bananeira e alimentando-o com pipoca sem
sal nem gordura até que o bebê se recuperou. Então Iemanjá criou-o como
se fosse seu filho.
2)
Omolu tinha o rosto muito
deformado e a pele cheia de cicatrizes. Por isso, vivia sempre isolado,
se escondendo de todos. Certo dia, houve uma festa de que todos os
Orixás participavam, mas Ogum percebeu que o irmão não tinha vindo
dançar. Quando lhe disseram que ele tinha vergonha de seu aspecto, Ogum
foi ao mato, colheu palha e fez uma capa com que Omolu se cobriu da
cabeça aos pés, tendo então coragem de se aproximar dos outros. Mas
ainda não dançava, pois todos tinham nojo de tocá-lo. Apenas Iansã teve
coragem; quando dançaram, a ventania levantou a palha e todos viram um
rapaz bonito e sadio;e Oxum ficou morrendo de inveja da irmã.
3)
Quando Obaluaê ficou rapaz,
resolveu correr mundo para ganhar a vida. Partiu vestido com
simplicidade e começou a procurar trabalho, mas nada conseguiu. Logo
começou a passar fome, mas nem uma esmola lhe deram. Saindo da cidade,
embrenhou-se na mata,onde se alimentava de ervas e caça, tendo por
companhia um cão e as serpentes da terra. Ficou muito doente.Por fim,
quando achava que ia morrer, Olorun curou as feridas que cobriam seu
corpo. Agradecido, ele se dedicou à tarefa de viajar pelas aldeias para
curar os enfermos e vencer as epidemias que castigaram todos que lhe
negaram auxílio e abrigo.
5 Orações ao Senhor Omolú
1)
Atotô, Atotô, Atotô, Meu Pai Obaluaiê.
Salve querido Pai da vida e da
riqueza. Eu venho humildemente e com todo o respeito, Senhor, pedir-lhe
(faça o pedido). Oh, grande Obaluaiê, se meus pedidos forem injustos e
não merecidos, não me puna, Pai. Não deixe que caia sobre mim a sua
ira.Mas me dê o que for do meu merecimento.Senhor da lama e do ouro, Pai
de todo o Ayê, que as suas bênçãos me livrem de todo o mal, de todas as
dores, de todas as doenças, de todas as moléstias e perseguições.
Ilumine Obaluaiê a minha vida, minha consciência, e que sua justiça seja
sempre a minha companheira.
Proteja-me, Pai, Atotô. Asé!!! Atotô,Atotô,Atotô, Meu Pai Obaluaiê.
Salve querido Pai da vida e da
riqueza.Eu venho humildemente e com todo o respeito, Senhor, pedir-lhe
(faça o pedido ). Oh, grande Obaluaiê, se meus pedidos forem injustos e
não merecidos, não me puna, Pai. Não deixe que caia sobre mim a sua ira.
Mas me dê o que for do meu merecimento. Senhor da lama e do ouro, Pai
de todo oAyê, que as suas bênçãos me livrem de todo o mal, de todas as
dores, de todas as doenças, de todas as moléstias e perseguições.
Ilumine Obaluaiê a minha vida, minha consciência, e que sua justiça seja
sempre a minha companheira.
Proteja-me, Pai, Atotô. Asé !!!
2)
Oh, Mestre da Vida,
Proteja seus filhos para que suas vidas sejam marcadas pela saúde.
Vós é o limitador das enfermidades.
Vós é médico dos corpos terrenos e almas eternas.
Suplicamos sua misericórdia aos males que nos afetam!
Que suas chagas abriguem nossas dores e sofrimentos.
Concede-nos corpos sadios e almas serenas.
Mestre da Cura, amenize nossos sofrimentos que escolhemos resgatar nessa encarnação!
Atotô meu Pai!
3)
Dominador das epidemias. De
todas as doenças e da peste. Omulu, Senhor da Terra. Obaluaiê, meu Pai
Eterno. Dai-nos saúde para a nossa mente, dai-nos saúde para nosso
corpo. Refoçai e revigorai nossos espíritos para que possamos enfrentar
todos os males e infortúnios da matéria. Atotô meu Obaluaiê! Atotô meu
Velho Pai! Atotô Rei da Terra! Atotô Babá!
4)
Mestre das almas!
Meu corpo está enfermo…
Minha alma está abalada,
Minha alma está imersa na amargura de um sofrimento
Que me destrói lentamente.
Senhor Omolu!
Eu evoco - Obaluaiê
Oh!
Deus das doenças
Orixá que surge, diante dos meus olhos
Na figura sofredora de Lázaro.
Aquele que teve a graça de um milagre
No gesto do Divino Filho de Jesus.
Oh!
Mestre dos mestres
Obaluaiê
Teu filho está enfermo…
Teu filho se curva, diante da tua aura luminosa.
Na magia do milagre,
Que virá de tuas mãos santificadas pelo sofrimento…
Socorre-me…
Obaluaiê…
Dai-me a esperança da tua ajuda.
Para que me encoraje diante do martírio imenso que me alucina,
Faças com que eu não sofra tanto - Meu Pai
Senhor Omolu!
Tu és dono dos cemitérios,
Tu que és sentinela do sono eterno,
Daqueles que foram seduzidos ao teu reino.
Ouve a minha súplica, atende ao apelo angustioso do teu filho.
Que se debate no maior dos sofrimentos.
Salve-me - Irmão Lázaro.
Aqui estou diante da tua imagem sofredora,
Erguendo a derradeira prece dos vencidos,
Conformado com o destino que o Pai Supremo determinou.
Para que eu suplicasse minha alma no maior dos sofrimentos.
Salve minha alma desse tormento que me alucina.
Tome meu corpo em teus braços.
Eleva-me para teu reino.
Se achares porém, que ainda não terminou minha missão neste planeta,
Encoraja-me com exemplo da tua humildade e da tua resignação.
Alivia meus sofrimentos, para que levante deste leito e volte a caminhar.
Eu te suplico, mestre!
Eu me ajoelho diante do poder imenso,
De que és portador.
Invoco a vibração do Obaluaiê.
A - TÔ - TÔ, Meu Pai.
Obaluaiê,
Meu Senhor, ajude-me!
5)
Salve o Senhor o Rei da Terra!
Médico da Umbanda, Senhor da Cura de todos os males do corpo e da alma.
Pai da riqueza e da bem-aventurança.
Em ti deposito minhas dores e amarguras, rogando-te as bênçãos de saúde, paz e prosperidade.
Faz-me, Senhor do trabalho; um filho de bom ânimo e disposição, para triunfar na luta pela sobrevivência.
Faz-me digno de merecer todo dia e toda noite, vossas bênçãos de luz e misericórdia.
ATOTÔ OBALUAUÊ! ATOTÔ BABÁ!
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