Os Ciganos
Hoje
falarei de uma falange que por muitos anos foi depreciada pelos
umbandistas tradicionais que diziam que essa linha nada tinha a ver com a
Umbanda. Ledo engano. Por ser um povo nômade e, talvez por isso mesmo,
alvos de muitos preconceitos, encontraram em nossa religião um abrigo
onde podem trabalhar trazendo grandes lições de vida e magia. Ainda é
uma falange que utiliza preceitos diferenciados de nossos trabalhos
habituais. Raramente atendem os consulentes numa gira aberta ao público,
preferindo trabalhos fechados e exclusivos, e normalmente não fazem
giras de desenvolvimento. Sua chegada na coroa de um médium para um
trabalho efetivo se dá somente depois de todas as obrigações de santo
estarem feitas e sempre com a permissão do chefe espiritual da casa.
Seus trabalhos são misteriosos e envolvem leitura de mãos, cartas, água,
sementes e vários tipos de oráculos milenares. São respeitosos e
extremamente alegres, adoram festas e sempre que há liberdade para isso
promovem grandes encontros fraternos com comida, bebida e danças onde
mostram toda sua capacidade de alegrar ambientes. Quando se quer vender
algo rapidamente ou conseguir melhores condições de emprego, além de
conselhos valiosos para um bom direcionamento na vida pessoal, essa é
uma boa linha a ser procurada. Ainda não se sentem inteiramente
adequados a Umbanda, mas fazem parte de uma falange de espíritos que vem
crescendo e, com certeza, logo estarão entre os grandes trabalhadores
de nossa lei.
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